DOMINGOS FERREIRA DE
MORAES – O Grande patriarca da nossa família, nasceu no final de 1700.
Entre todos os Ferreira de Moraes ou
de Morais, nossa intenção ou objetivo, é apenas destacar o nosso querido
patriarca Domingos Ferreira de Moraes, e sua esposa Ana Josefa do Espírito
Santo, nossa amada matriarca, que são os pais dos nossos Ferreira de Moraes.
Segundo Josefa Tenório de Moraes,
residente na cidade de Assaí-Paraná, bisneta de Domingos Ferreira de Moraes,
neta de José Ferreira de Moraes (Cazuza), e filha do professor Francisco, filho
de Cazuza, os pais de Domingos Ferreira eram proprietários do Engenho Cachoeira
Lisa – no município de Escada - PE.
Domingos, porém, já havia percebido
que a sua vocação ou tendência, não era para aquela vida de engenho de
cana-de-açúcar, e sim para a criação de gado. Pois essa já era a sua tarefa no
engenho.
Notou também ser impossível a prática
da pecuária na Zona da Mata, cuja terra era reservada tão somente a monocultura
da cana-de-açúcar. Era permitida, portanto, nessa área, apenas a quantidade de
gado necessária ao auxílio da cana. Tanto em seu transporte, moagem, como no
abastecimento de carne e leite da região açucareira.
Domingos Ferreira de Moraes, diante de
tantos obstáculos, não viu outra saída a não ser retirar-se para o Sertão de
Águas Belas. Pois teve notícias de que aquela região, devido a irregularidade
da chuva e conseqüentemente a dificuldade a aquisição de água potável ou água
de beber, impediu o povoamento daquela área, que assim permaneceu até 1940.
Domingos, homem destemido e com espírito
aventureiro, saindo da Zona da Mata,provavelmente
em carro de boi, atravessou todo o agreste pernambucano, e descendo a Serra de
São Pedro, situada pouco além da cidade de Bom Conselho, deparou-se com a vasta
planície de caatinga do município de Águas Belas, totalmente desabitada, até
mesmo pelos índios, que preferiram morar na Serra, devido às delícias do clima
e a fartura de água.
Da planície, Domingos Ferreira
apossou-se da área que muito bem quis. Seus domínios limitavam-se ao Norte pela
Serra do Uruçu. Ao Sul pelo majestoso Serrote, ao Leste pelo rio Jussara ou
Riachão. Ao Oeste pelo sítio Jibóia.
As cidades, povoações circunvizinhas
eram: Mocambo, Espingarda, Campo Grande e Quati.
A cidade de Águas Belas distava
dezoito quilômetros da propriedade.
A sede da fazenda situava-se no meio
da propriedade e na frente havia um grande e belo açude, com capacidade para,
folgadamente, atravessar qualquer verão.
A pecuária, criação de gado, tanto a
bovina como a caprina, era praticada extensivamente. Isto é: o gado vivia solto
e livre, podendo procurar seu próprio alimento e água. O proprietário apenas
marcava ou assinalava cabeça por cabeça a fim de garantir sua posse, quando
houvesse mistura com rebanho vizinho.
Domingos Ferreiras de Moraes, foi a
primeira pessoa a cultivar a palma no Brasil. Falamos da palma miúda, que com a
continuação do seu cultivo, ia aumentando o seu tamanho e diminuindo a
quantidade dos espinhos. Com a mudança de Joaquim Ferreira de Moraes
(Quinquim), de Águas Belas para São Bento do Una, levou consigo algumas mudas e
as plantou em suas terras em 1837 e logo a sua divulgação aconteceu.
Quanto a palma grande, segundo apurou
Geruza Soares de Moraes, quem a introduziu em São Bento do Una, foi Domingos
Ferreira de Moraes (neto), esposo de Sofia Soares que ao mudar-se da cidade de
Bom Conselho para São Bento do Una, levou consigo algumas mudas e as plantou em
suas terras e dali aconteceu a divulgação para outros estados.
Com a morte do avô Domingos em
14/10/1847, dos seus treze filhos, quase todos deixaram a área a fim de tentar
sobreviver em uma outra região. E quem sabe em uma outra atividade distante
dali. Até antes mesmo de sua morte, muitos filhos já haviam se ausentado.
Não sabemos quais os filhos
permaneceram na região, nem como foi dividida a fazenda. Sabemos apenas que, no
início de 1900, quase toda a área do avô Domingos encontrava-se na posse da
família de Rosa Tenório (Loló), a segunda esposa do professor Francisco
Ferreira, filho de José Ferreira de Moraes (Cazuza).
Em 1950 a sede da fazenda estava sendo
ocupada por Napoleão Tenório. Mas devido sua idade muito avançada, toda a
administração estava por conta de seu filho João Tenório. O qual vendeu uma
grande área para Luis Panema, avô paterno do professor Durval Ferreira da
Silva, filho de Ester e neto de Quitéria Ferreira de Moraes (Quitéria Balbino).
Durval era ainda criança, passando
para adolescência, mas de tudo se lembra, e ainda sente saudade. Conhece a
região palmo a palmo e conheceu alguns Ferreira vivendo na mesma área. Isso nos
dá entender que a grande fazenda foi dividida. Porém alguns filhos do avô
Domingos devem ter ficado por lá.
Em 1925, o professor Chico Ferreira
foi para a região da antiga fazenda, a fim de tomar conta das terras
abandonadas por seu avô Joaquim Ferreira de Moraes – apelidado de Quinquim, que
deixando tudo para trás, foi morar em São Bento do Una-PE. Precisamente na Una
dos Ferreira – Simão.
Porém Francisco Ferreira sendo
professor, e para isso vocacionado, não teve o menor interesse pelas referidas
terras. Preferiu ficar na vila de Mocambo, ministrando suas aulas, e ali
permaneceu até o início de 1930. Período esse marcado pelo banditismo tanto de
Lampião como de outros grupos que assolou a região, pondo todo mundo para
correr, inclusive o professor Chico Ferreira que foi reabrir sua escola no
sítio Lácre, próximo do Neve. Pois ali, bem perto moravam seus primos: Pedro
Ferreira de Moraes, Quitéria Ferreira Balbino (Teté) e Maria Ferreira de
Moraes, conhecida por Maria Barros, mãe de Alfredo e Regina Barros.
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